sábado, 27 de junho de 2009

Reflexão sobre Adorno & Kant

No cotidiano da escola encontramos diferentes realidades, diferentes sujeitos, diferentes etnias, cada indivíduo com sua própria identidade e com seus próprios princípios morais, filosóficos, sociais e econômicos, gerando conflitos através da convivência.
Na primeira infância é mais fácil mudar e/ou mostrar outras realidades existentes no entorno que podem mudar e contribuir para reduzir o preconceito étnico-racial na comunidade escolar. Com certeza, esses pequenos podem fazer a diferença no mundo de amanhã, onde serão capazes de transformar nosso planeta num lugar melhor de se viver, reduzindo a discriminação e os problemas que dela surgem. Porém, para que isso ocorra os educadores precisam se desfazer das amarras, pré-conceitos arraigados através dos padrões morais que nos foram passados para poder orientá-los adequadamente.

Desejando melhorar a sociedade, o indivíduo deseja melhorar a si próprio. Por sua vez, a ação exercida pela sociedade, especialmente através da educação, acaba levando o indivíduo à auto-reflexão, engrandecendo-o e tornando-o um ser melhor. O poder do esforço constitui, precisamente, uma das características essenciais do homem.

Ressignificação da prática docente

Ao responder as questões em duplas de filosofia, refleti sobre o individualismo e a segregação destacados pela colega Cristiane Simões. Acredito que precisamos reorganizar a escola, ressignificando o ato de ensinar, para que não se repitam barbáries. Podemos ter como base o Princípio de Pedagogia sugerido por Kant, que propõe planos para a arte de educar, fazendo com que nossos educandos sejam respeitados com seu ritmo, com suas escolhas, seus princípios morais, e, acima de tudo mostrar-lhes que existe um mundo melhor e que temos capacidade e dever de modificá-lo com prudência e disciplina.

Segregação

Se permitirmos que a direção da escola dependa da decisão de pessoas competentes e ilustradas, para depois ser difundida, estaremos permitindo que os menos competentes e ilustrados sejam pressionados e percam sua capacidade de resistência, sendo segregados. Teremos uma cruel batalha entre o que é certo e o que é errado.
Acredito que as escolas devam ter dirigentes competentes, para que possam de forma democrática tomar decisões, impedindo que as individualidades não percam suas capacidades de resistência e não se repitam outras barbáries. Também nós educadores, devemos pensar como o próprio Kant afirma na educação como uma arte, propondo novos planos para esta arte de educar.
Abraços

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sala de Aula Construtivista


“O mundo do objeto fornece o conteúdo (assimilação), o mundo do sujeito cria novas formas (acomodação), a partir das formas dadas (reflexos) na bagagem hereditária. Posteriormente, as próprias formas, construídas por este processo de abstração reflexionante, transformam-se em conteúdos a partir de cuja assimilação constroem-se novas e mais poderosas formas. É a ação do sujeito que constrói este novo e fascinante mundo: o mundo do conhecimento – como forma e como conteúdo (BECKER, 2001a, p. 20).”

Pensando na citação acima, e na proposta de atividade desenvolvida na minha turma de Educação Infantil, acredito que proporcionei ações para meus alunos passarem por todas estas fases no decorrer do processo, sob uma perspectiva construtivista.

Poderia resumidamente afirmar que com a proposta das ações desenvolvidas na minha turma, eu proporcionei a construção de novos conhecimentos. Houve uma troca de experiências significativas onde partimos do conhecimento prévio, das realidades vivenciadas e adquiridas.
Motivei e despertei o interesse dos alunos como pesquisadores, testando hipóteses, abrindo espaços para novos caminhos, e, acima de tudo, percebendo a construção de seus próprios conhecimentos, a chamada busca pelo mundo do conhecimento.


Sala de Aula Construtivista


“O mundo do objeto fornece o conteúdo (assimilação), o mundo do sujeito cria novas formas (acomodação), a partir das formas dadas (reflexos) na bagagem hereditária. Posteriormente, as próprias formas, construídas por este processo de abstração reflexionante, transformam-se em conteúdos a partir de cuja assimilação constroem-se novas e mais poderosas formas. É a ação do sujeito que constrói este novo e fascinante mundo: o mundo do conhecimento – como forma e como conteúdo (BECKER, 2001a, p. 20).”

Pensando na citação acima, e na proposta de atividade desenvolvida na minha turma de Educação Infantil, acredito que proporcionei ações para meus alunos passarem por todas estas fases no decorrer do processo, sob uma perspectiva construtivista.


Poderia resumidamente afirmar que com a proposta das ações desenvolvidas na minha turma, eu proporcionei a construção de novos conhecimentos. Houve uma troca de experiências significativas onde partimos do conhecimento prévio, das realidades vivenciadas e adquiridas.


Motivei e despertei o interesse dos alunos como pesquisadores, testando hipóteses, abrindo espaços para novos caminhos, e, acima de tudo, percebendo a construção de seus próprios conhecimentos, a chamada busca pelo mundo do conhecimento.

domingo, 7 de junho de 2009

Mais pesquisas sobre autismo!

Incrível, mas um grupo de cientistas do Canadá desenvolvem um novo método que poderá antecipar o diagnóstico de autismo em pelo menos dois anos.

O método de diagnóstico de autismo se baseia na medição da direção e manutenção do olhar das crianças. O olhar do bebê é acompanhado através do reflexo da luz enquanto imagens de faces são mostradas em uma tela de computador. As crianças são avaliadas de maneira seqüencial de três em três meses a partir do terceiro mês de vida até completarem um ano.
Os especialistas canadenses acreditam que seu método consegue avaliar precocemente o desenvolvimento social das crianças.O diagnóstico precoce do autismo pode significar o início de uma atenção especializada mais cedo, traduzida por uma integração social maior no futuro dessas crianças.
Como já aprendemos sobre a importância da interação da criança com o meio desde os primeiros meses de vida, diagnosticando autismo precocemente, com autistas terão uma integração maior e com melhor qualidade!

Projetos sobre Autismo

Interessei-me pelos links sugeridos pela profª Liliana e fui pesquisá-los!
O projeto coordenado pelo Dr. Estevão Vadasz, da Associação de Amigos do Autista, mostra uma série de atitudes que podem ser observadas em possíveis autistas, sendo que o principal sinal está na qualidade das interações sociais, que nem sempre é visível.
Já o Instituto Fernandes Figueira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está desenvolvendo uma metodologia para a elaboração de diagnóstico da síndrome de autismo por meio de exames laboratoriais com aparelhos de eletroencefalograma computadorizado. Segundo os pesquisadores da Fiocruz, as vantagens do exame são custo acessível e disponibilidade da tecnologia em vários hospitais e postos de saúde no Brasil.De acordo com o coordenador da pesquisa, o neurologista infantil Adaílton Tadeu Alves de Ponte, a análise de dados já permitiu verificar que as respostas no hemisfério cerebral direito têm uma amplitude menor que o esquerdo. Segundo o médico, o hemisfério direito está associado às funções socioafetivas, emocionais, de empatia e de percepção do contexto e compreensão social, enquanto o hemisfério esquerdo é mais envolvido com o cálculo e o raciocínio.
Estimativas internacionais mostram que a ocorrência da síndrome pode ser de uma em cada 500 crianças até uma em cada mil crianças, sendo que há incidência de maior nº de meninos autistas, pois 70% das pessoas com autismo são do sexo masculino. Outro fator interessante é que a ciência ainda não sabe por que ocorre o autismo. O grupo de pesquisa trabalha com a hipótese de que é um fenômeno de causa genética, associada a mecanismos alérgicos não identificados e desenvolvidos ainda no útero, durante a gestação. Esses processos desencadeiam inflamação que altera o desenvolvimento do cérebro e as ligações no hemisfério direito.

Adorno & Kant

Vivemos numa sociedade tecnicista e individualista, e não reside na atração entre os homens, mas no individualismo, formando uma humanidade fria, que não suporta sua própria frieza, mas também não conseguem modificá-la. Adorno traz um conceito sobre a estrutura atual da sociedade em que vivemos, e Kant, por sua vez, sugere um Princípio de Pedagogia que propõe planos para a arte de educar.
Adorno expressa um princípio moral, através de um argumento que relaciona a educação, a civilização e a barbárie, referente ao Holocausto, e Kant, afirma que a educação é uma arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações.

Crença sobre violência na escola

No que se refere à segunda crença, relacionada a uma concepção inatista, considerando que “o conhecimento é concebido como algo que mergulha suas raízes no sistema nervoso, isto é, na estrutura pré-formada do organismo (Piaget, 1987).”, acredito que em alguns casos a violência possa ser de origem genética, e, mesmo tudo sendo determinado, há possibilidades de mudança, pois a criança está numa fase de desenvolvimento construindo sua autonomia, onde o professor pode intervir para que o sentimento de justiça se desenvolva.

Faz-se necessário que a comunidade escolar desenvolva projetos temáticos dando ênfase para a moralidade e a cultura da paz, através do respeito mútuo e a solidariedade entre as crianças e os adultos. Onde o indivíduo consiga compreender que seus direitos terminam onde ele começa a invadir a liberdade de agir do outro e que o outro faz parte do meio em que ele estiver inserido.
Que todos possam expressar suas idéias, sentimentos e desejos respeitando e valorizando as diferenças.

Violência na escola!

Como professora, trabalhei na rede pública de ensino e que atende comunidades menos favorecidas financeiramente, e, atualmente trabalho numa escola da rede privada, mas acredito em parte nas duas crenças citadas por Jaqueline Picetti, a respeito da crescente onda de violência que há muitos anos vem se instaurando nas escolas.

Penso que alguns alunos tomam determinadas atitudes não porque vivem na “vila” e quem vive nesse tipo de comunidade geralmente é violento, mas por vivenciarem determinadas cenas de violência. Há uma grande discriminação, pois nos grandes centros urbanos também estão presentes atos de covardia e cenas violência. Não acredito que seja uma concepção empirista, “acreditando que há uma pressão das coisas sobre o espírito e considerando a experiência como algo que se impõe por si mesmo, não havendo necessidade da atividade do sujeito (Piaget, 1987).”
Também não é o ambiente que imprime na pessoa o modo de ser e de se comportar, mas as próprias situações violentas a que as crianças estão expostas no meio em que estiverem inseridas, que deixam cicatrizes profundas, podendo gerar ainda mais violência.

Violência na escola!

A escola em que atuo da mesma forma que muitas escolas, também construímos projetos que trabalham e desenvolvem valores morais, com o objetivo de amenizar e/ou sanar as atitudes violentas entre os alunos. Levando em consideração os questionamentos da professora Jaqueline Picetti, perante as situações de violência observadas por nós professores na escola, com certeza não tem o mesmo significado para os alunos, pois muitas vezes a problemática da violência, faz parte de suas vivências, para eles são normais, não dá nada!

Tenho consciência de que o tema da violência na escola pode ser analisado sob diferentes enfoques, pois esse fenômeno envolve uma multicausalidade e uma circularidade de processos (Osório, 1999).

Trabalho com uma turma de Educação Infantil, com alunos de 5/6 anos, onde as representações da realidade estão presentes na rotina escolar. São crianças que estão na fase pré-operatória e seus pensamentos são egocêntricos, mas capazes de lidar com idéias diferentes das suas em relação a um determinado tema. A linguagem deles é o resultado de um longo processo de construção que teve início no nascimento, a partir daquilo que elas fazem (ênfase na ação do sujeito) com aquilo que elas trazem (reflexos e capacidade de adaptação, desdobrando-se em suas funções de assimilação e acomodação) na interação com o meio.

Tento buscar descobrir o que está acontecendo, envolvendo a família na busca de compreender o todo para tomar uma atitude de acordo com as experiências do aluno em seu convívio familiar, pois ele pode e geralmente está representando/reproduzindo a violência sofrida. Muitas vezes os próprio responsáveis acreditam que uma pessoa sendo filha de pais, ou outros familiares agressivos está fadada a ser violenta.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O que é certo? O que é errado?

Ainda no Forum de para Pessoas com Deficiências e Altas Habilidades no RS, na Sala Temática da Educação, a palestrante Vera Lúcia Motiska, falou dos Princípios de acessibilidade: IGUALDADE, LIBERDADE e FRATERNIDADE, através dos quais são constituídos um conjunto de meios para que as pessoas tenham acesso universal.
Também merece destaque, se é que assim podemos dizer a evolução no uso da terminologia adequada:
  • retadardo
  • excepcional
  • pessoas com necessidades especiais
  • pessoas portadoras de deficiência
  • pessoas com deficiência

Novamente existe uma certa exclusão, pois os portadores de altas habilidades, não possuem deficiências e sim habilidades a mais que as pessoas ditas "normais", padronizadas pela sociedade em geral.

O que é certo? O que é errado?

Quem estabelece o certo? Quem estabelece o errado?

Discriminação Racial

Ao participar do Fórum de Política Pública Estadual para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades no RS, Francisco Conti, Promotor de Justiça e Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos do Ministério Público Estadual no RS, mencionou sobre as leis serem criadas para que as diferenças não existam. Também que penalidades não estão previstas e ainda, que os dirigentes que assumem devem se responsabilizar em cumpri-las. Que os Direitos Humanos servem para defender e/ou proteger os excluídos(índios, pobres, idosos, mulheres, igualdade racvial, PNEEs.
Entre seus relatos e dados apresentados, destacaram-se no que se refere a oferta de Ensino Superior:
  • poucos são os negros acadêmicos, e que em sua própria profissão(Promotor de Justiça), conhece apenas um negro.
  • recentemente, na UFRGS tiveram um acadêmico indígena, que não suportou a discriminação entre colegas, bem como professores e acabou desistindo.

Pôxa! E ainda pensamos não haver discriminação racial em nosso país!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Concepção de índio

Não existe diferenciação entre índios e povos indígenas, pois são designados como povos nativos, como aqueles que viviam numa área geográfica antes da sua colonização por outro povo, ou que, após a colonização, não se identificam com o povo que os coloniza. Portanto, as contradições entre índios X povos indígenas / generalização X identidade étnica se constituíram ao longo da história por interesses políticos, sociais e econômicos da classe dominante. A religiosidade é outro fator determinante e agravante desse preconceito e discriminação, levando os povos indígenas a serem despojados de suas terras e estigmatizados em função dos seus costumes tradicionais.

Acredito que seja difícil encontrar formas de desfazer pré-conceitos que predominam ao se falar de povos indígenas no Brasil. Penso que nós educadores podemos trazer dados sociais, históricos e culturais, promovendo debates em sala de aula. De certa forma, o que nos falta é quebrar modelos que foram politicamente construídos, retratando a imagem do índio. Para isso, faz-se necessário que a sociedade de um modo geral, busque conhecer a realidade das aldeias e identificar o quanto a comunidade indígena precisa de apoio e de respeito. Podemos iniciar essa busca pelos representantes de povos indígenas que vivem no centro da cidade e/ou em perímetros urbanos, comercializando seus artesanatos.