domingo, 31 de maio de 2009

+ Discriminação...

Partindo da construção do mosaico étnico – racial, encaminhei aos pais dos alunos da minha turma, duas questões, Quem é você? / O que você faz? através de uma pequena entrevista, que foram respondidas em duas etapas, como tema de casa: etnia/religião e profissão/lazer.
Percebi nessa atividade o preconceito e/ou receio dos pais em responder as questões, pois de vinte e três alunos da turma, apenas dezesseis encaminharam as respostas. Como a escola pertence à Congregação das Irmãs de Santa Catarina, alguns destes pais vieram na escola para entregar em minhas mãos a entrevista e ainda preocupados, pois não eram católicos.
Nesse sentido, encontrei dificuldades e tratei o tema de forma superficial, construindo gráficos e painéis com as pesquisas realizadas e os dados levantados com as famílias envolvidas. Esses gráficos e painéis, num primeiro momento foram anexados ao mosaico étnico-racial, e posteriormente, foram divididos e compuseram um livro da turma, o Livro III, “Eu e os Outros”. Essa atividade foi desenvolvida com a finalidade de que os alunos pudessem reconhecer as características que identificam seu grupo social, bem como suas necessidades para poderem melhorar a convivência em grupo.


Ao desenvolver a pesquisa de etnias e outros valores sociais, de acordo com Darcy Ribeiro, em sua obra “O Povo Brasileiro” (2000), onde ele se refere a uma “ninguemdade” mestiça que deu origem ao povo brasileiro, “Brasilíndio” confesso que nunca havia lido sobre isso, mas sempre me preocupei em conhecer a origem da família dos meus alunos, não somente como tema gerador ou motivador, mas com respeito à diversidade de nossos ancestrais, e respeitando nossas origens, contribuições de cada povo na cultura gaúcha. Mas jamais imaginei e/ou me reportei a essas práticas que marcam jeitos de ser e estar que reportam à cultura indígena, africana, açoriana – aos “ninguém” de nosso currículo escolar.

Discriminação ...

A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se estabelecem relações com crianças de diferentes núcleos familiares, e pode através da diversidade de contatos, “ser” o primeiro espaço de vivência das tensões raciais. Podemos trabalhar sobre a discriminação racial na sala de aula, entendendo-a como um tema indispensável, onde a intervenção pedagógica poderá contribuir para que ela venha conviver nesta comunidade escolar, compreendendo as diferenças sociais, étnicas e culturais, bem como são produzidas na sociedade. Além disso, podemos considerá-la como complexa ao envolver preconceitos de alunos/professores, devendo ser tratada de forma mais abrangente, podendo ser um espaço de disseminação ou um meio eficaz de prevenção e diminuição do preconceito.
Trabalhar sobre discriminação racial, onde tive de pensar e planejar uma ação educativa com uma abordagem étnico-racial em minha escola, não foi muito difícil. Sempre busquei trabalhar as diferenças sociais e culturais, com respeito e de forma crítica, onde meus alunos pudessem expor e/ou expressar suas opiniões. Mesmo sendo um tema complexo, considero indispensável.
Considero as intervenções pedagógicas indispensáveis nesta fase do desenvolvimento , onde o pensamento da criança pré-operatória é egocêntrico, o que significa que não é capaz de lidar com idéias diferentes das suas em relação a um determinado tema. Essas intervenções acabam contribuindo para que a criança possa conviver na comunidade em que estiver inserida, compreendendo essas diferenças sociais, étnicas e culturais.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Preconceito de fato...

Estive pensando sobre o debate da nossa aula presencial, e, jamais tinha pensado dessa forma sobre a questão das cotas na universidade. Se analisarmos o nosso Curso do PEAD, nos cinco Pólos, são quase quatrocentos acadêmicos, quantos desses estão tendo acesso a essa Interdisciplina de Questões Étnicos-Raciais? Quantos estão tendo a oportunidade de discutir pela primeira vez no Brasil sobre essas questões?

Na verdade novamente são os brancos discutindo e analisando as oportunidades dos decendentes afro-brasileiros! Muito ainda há a ser feito, muitas conquistas, rodeadas de muitas frustrações, lutas, enfrentamentos e estranhamentos.

Como educadores, temos a tarefa de provocar e possibilitar um diálogo entre nossas crianças e adolescentes para que eles consigam perceber essas injustiças sociais e culturais, sendo possíveis agentes de transformação na comunidade em que estiverem inseridos.

sábado, 23 de maio de 2009

Necessides Especiais!!!

Geralmente quando falamos em necessidades especiais tendemos a ter uma visão um tanto limitada! Não nos damos conta que essas necessidades podem ser bem diferenciadas, podendo ser físicas ou neurológicas, e quando falo em \"neurológicas\" cabe salilentar a amplitude do termo.
Assisti ao vídeo e fiz as leituras recomendadas e iniciar respondendo um dos questionamentos referentes a Educação Infantil. Com certeza a habilidade de recortar, picotar, pintar com materiais diversos faz parte do currículo da pré-escola, e, jamais pensamos na possibilidade de receber um aluno com Paralisia Cerebral. Lendo o material desenvolvido onde são descritas várias situações reais que fazem parte da rotina escolar, buscaria nos sites sugeridos opções de como adquirí-los ou fazê-los, adaptando-os. Envolveria a equipe diretiva e ainda os familiares do aluno na tentativa de contruí-los e aprender a utilizá-los.
Também fico pensando em como atender a todos, cada um no seu ritmo...atualmente trabalho com uma turma bem agitada, e já não é nada fácil! Em contrapartida, uma das características marcantes nessa faixa etária é a solidariedade e o companheirismo. No vídeo assistido, é marcante a fala da menina sobre o pré - conceito sobre pessoas diferentes. Incrível também o cuidado dela com a colega diferente, com paralisia. Acredito que os pequenos desenvolveriam muitas ações de cuidado, de proteção e de companheirismo com um aluno com Paralisia Cerebral, ou ainda, outra deficiência física.

domingo, 17 de maio de 2009

Cérebro Infantil interagindo com o meio

Ao ler os capítulos recomendados na Unidade 4, da Interdisciplina de Educação Especial, me chamou a atenção a afirmação de Lefèvre, também citado por Camargo (1994,pg. 17) e diz:

"Desde o nascimento, o cérebro infantil está em constante evolução através de sua inter-relação com o meio. A criança percebe o mundo pelos sentidos, age sobre ele, e esta interação se modifica durante a evolução entendendo melhor, pensando de modo mais complexo, comportando-se de maneira mais adequada, com maior precisão prática, à medida que domina seu corpo."
Com certeza a criança com deficiência, seja ela qual for não pode continuar nesse processo de exclusão. Necessita não apenas estar inclusa numa sala de aula, tendo contato com outras crianças, mas sendo constantemente motivada para que possa interagir com o meio e com as outras crianças e evoluir, comportar-se de maneira mais adequada e aprender a dominar o seu corpo.
Pensando nisso, lembrei de um dos alunos de inclusão com o qual não sabia mais como fazer para que ele conseggisse acompanhar os demais colegas da turma. Já estávamos no entrando no 3º bimestre, quando a nossa tutora, a Celi, me interrogou:
_Como não sabes o que fazer? Como podes dizer que ele não evoluiu? Silvana, agora ele para sentado na tua aula, e nem baba mais!
Pôxa! Muitas são as vezes que lembro desse fato! E realmente, muitas são as vezes em que nos preocupoamos com os conteúdos os quais eles literalmente não conseguem acompanhar e nos esquecemos dde outors fatores essenciais...
Abraços

Educação, civilização e barbárie

Conforme diz no texto “A estrutura atual da sociedade – e provavelmente há milênios – não reside, como se tem atribuído desde Aristótoles, na atração entre os homens, mas sim na busca do interesse próprio de cada um contra os interesses de todos os homens”. Esse conceito penetrou na formação do caráter humano, representando uma humanidade fria, que não suporta sua própria frieza, mas também não conseguem modificá-la. Foi gerada uma nova linha de produção de pessoas frias que precisam ser modificadas. Preciso é que sejam capazes de amarem primeiramente a si próprias, para conquistarem a dignidade de serem amadas.

Talvez como educadora, e, principalmente por trabalhar atualmente com os pequenos da Educação Infantil, a qual o autor aponta como primeira infância tenha a responsabilidade de tentar entender as causas/condições que causam a “falta de amor” entre os alunos e seus familiares. Também tentar combatê-las ou ainda, ajudar na conscientização da frieza em si, apurando os motivos que de um modo geral a ela levaram. Toda política educacional, no contexto em que a civilização (comunidade) estiver inserida deve centralizar-se na necessidade de evitar a repetição das barbáries praticadas em Auschwitz.

domingo, 10 de maio de 2009

Metodo Clínico

Ao realizar a atividade em grupo na Interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o enfoque da Psicologia II, no qual após a leitura do material recomendado sobre o método clínico piagetiano e a descrição de algumas provas, nós deveríamos escolher e aplicar uma das provas sugeridas em uma criança de acordo com o roteiro descrito. Como relatora do grupo, apliquei a prova com um de meus alunos.
Confesso que me senti um tanto insegura na utilização do método clínico, pois de acordo com PIAGET, o “bom experimentador deve, saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. Com certeza deixei que o aluno falasse, mas não sabia com precisão a resposta que deveria buscar. O raciocínio do meu aluno foi muito rápido, e o que mais me deixou intrigada foi o fato dele estar acostumado a brincar disso.

Racismo na Escola

“A reprodução do racismo na escola é um dos temas mais relevantes da agenda dos movimentos sociais
negros, em todo o país. Não sem razão, evidentemente. Por trás das altas taxas de infreqüência, repetência e evasão escolar verificadas entre as crianças negras, existe um denominador comum: a estigmatização e a desqualificação delas em razão do racismo”
(MOREIRA, 1997, p. 102).
Confesso que li e reli essa afirmação de MOREIRA. Nas primeiras vezes que li, discordei como um todo, mas após as entrevistas de alunos afro-descendentes, esse denominador comum fica evidente! Eu sempre tive amigos negros e nunca os vi de forma diferenciada, pra mim eram iguais e tinham asd mesmas oportunidades. Da mesma forma que eu estudavam em escolas públicas, e diferente de mim, alguns desses já tem uma ótima formação superior e consequentemente são bem sucedidos profissionalmente.
Porém, nunca havia percebido que eles estão e/ou são estigmatizados e desqualificados em razão do racismo. Nas entrevistas todos mostram preocupações com estudos, tirar boas notas para poderem competir com dignidade no mercado de trabalho! Ainda que não haja taxas de infrequencia, evasão e repetência entre alunos negros, a escola tem um papel de fundamental importância, necessitando que nós educadores tenhamos um olhar diferenciado abrangendo todas as dimensões citadas e pesquisadas por Marilene Paré.

domingo, 3 de maio de 2009

Expressões Afro-Culturais ...

Ainda não consegui fazer as entrevistas com alunos negros referentes a Interdisciplina de Educação Étnico-Racial, pois na escola em que trabalho atualmente não existem alunos negros. Fazendo um retrospecto, tirando as turmas de educação infantil, já tive aproximadamente vinte turmas de ensino fundamental, e somentre um aluno negro ... Boykin, afirma em sua pequisa ter detectado a existência de nove grandes dimensões da expressão afro-cultural comum a todos.
Confesso que consegui como educadora, relacionar essas dimensões à outros grupos que sofrem discriminações no ambiente escolar. Conforme HAMACHECK, 1979, a maioria dos alunos que evadem tomam essa decisão por baixa auto-estima e por se sentirem desvalorizados. Pensando nisso e diante da realidade escolar, vejo muito mais discriminação sobre alunos com dificuldades de aprendizagem do que sobre negros.
Posso até estar enganada, pois ainda não fiz as referidas entrevistas...
Abraços